Todo Dia - David Levithan

A leitura desse mês pro Book Club foi Todo Dia, do David Levithan. FICHA TÉCNICA Título: Todo Dia | Autor: David Levithan | Data ...


A leitura desse mês pro Book Club foi Todo Dia, do David Levithan.

FICHA TÉCNICA

Título: Todo Dia | Autor: David Levithan | Data de publicação: 2013 | Editora: Galera Record | Idioma: Português | Título original: Every Day | ISBN: 9788501099518 | Avaliação média no Skoob: 4,3 | Gênero: Romance | Narrativa: 1ª pessoa

Já estava querendo ler esse livro há um bom tempo. Ele conta a história de A, uma pessoa que todos os dias acorda em um corpo diferente, desde o dia em que 'nasceu'. A, que não sabemos se é homem ou mulher, tem 16 anos e há 16 anos é uma pessoa diferente por dia. Não importa o gênero, a personalidade ou o lugar, todos os dias A tem que lidar com pessoas diferentes, em situações diferentes, tentando interferir o mínimo possível na vida de quem "habita".

Isto é... até o dia em que acorda Justin. Justin tem uma namorada, Rhiannon, e A acaba tendo sentimentos por ela. Isso só havia acontecido a A uma vez antes, mas não com essa intensidade, era um pouco diferente. A então começa a ter outra prioridade: ver Rhiannon o máximo possível e tentar fazê-la entender quem é e o que acontece consigo todos os dias. Além disso, tem Justin, o ainda namorado de Rhiannon. A tem que mostrá-la que aquele dia maravilhoso que ela teve com Justin, não era com Justin, na verdade.


A, como eu disse, não tem gênero, mas na minha cabeça é ele, não sei porque, posso estar errada. Só achei mais fácil de acompanhar tratando A em si como "ele". Não por achar que A seja homem, é só pra atribuir um pronome mesmo.

Nem em mil anos eu conseguiria imaginar uma história assim e eu adorei. É legal acompanhar todos os sentimentos de A sendo A, não a pessoa do dia. Ele já está acostumado, afinal, são anos sendo assim. Mas ainda é difícil pra ele quando A pensa que não tem a ninguém, que nenhum dia vai ser igual ao outro, rodeado pelas mesmas pessoas, sendo a mesma pessoa. Não ter mãe ou pai para se preocupar se está demorando na rua, não ter avós para contar histórias de vida e nem irmãos ou primos para implicar.

Além disso, cada dia podemos conhecer diferentes realidades de vida. Menino, menina, magro, gordo, pobre, rico, com família grande, família pequena, bem estruturada, mal estruturada, nerd, atleta, com saúde perfeita, com problemas pessoais, com problemas familiares, religioso, ateu... São muitas realidades no mundo e deve ser incrível passar por experiências assim.

"Passei anos encontrando pessoas sem nunca conhecê-las, e hoje de manhã, neste lugar, com esta garota, sinto o impulso mais leve de querer saber. E, num momento de fraqueza ou de coragem da minha parte, escolho seguir o impulso. Escolho saber mais."

Essa questão de não ter ninguém muda um pouco a partir do dia que ele conhece Rhiannon. Ela é quem ele tem na vida e é ela quem ele procura a partir de então. Mesmo acordando cada dia uma pessoa diferente, ele tenta estabelecer conexões com Rhiannon, procurando-a e, em certo ponto, explicando a ela quem é e como vive. De fato, Rhiannon demora a entender como é possível algo assim e hesita um pouco sobre essa relação. A, no entanto, parece querer fazer de tudo para ter Rhiannon por perto e isso começa a interferir na vida da pessoa que ele está vivendo.

Até quando algo que queremos muito pode interferir tanto na nossa vida? Mudar todos os nossos planos? Mudar nossos conceitos? Quando saber se é hora de continuar insistindo? Se tudo isso vale a pena? Acho que essas são algumas das reflexões que Todo Dia deixa pra gente, além, claro, de toda a abordagem sobre gênero, sexualidade, aparências e preconceitos. 

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Se você já leu o livro, me conta o que achou! Conhece algum outro com essa temática? Estou curiosa!

Com amor,
Isa

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